sábado, 7 de fevereiro de 2009

CASOS DE VERDADE Nº 020/09


Marival Furtado Vieira

Remoendo meus circuitos cefálicos, busquei mais uma da cidadezinha de Pirapirapirou, veja...

Na zona rural daquela cidade existem várias estradas vicinais e na maioria delas compostas de algumas pontes de madeiras, dando acesso ao tráfego de veículos. Porém, em uma dessas estradas, onde o tráfego de veículos é controlado por uma tribo indígena, pois a referida estrada passa por dentro de suas reservas, sendo, portanto, cobrado pedágio por aqueles silvícolas, onde cobram o valor de R$ 20,00 (Vinte Reais) para pedestres e veículos que queiram atravessar a única ponte de madeira existente naquela estrada de chão.

Um motorista de caminhão, não concordando com a cobrança exorbitante do pedágio, encheu a cara de cana e estacionou seu veículo em cima da ponte de madeira, obstruindo com isso, a passagem de veículos, tanto de um lado como do outro. A fila de veículos já se arrastava por dois km e o índio que controlava o tráfego de veículos percebendo que já há duas horas não passava nenhum veículo em seu posto de cobrança, foi aí que o mesmo pegou uma motocicleta e foi averiguar o que estava acontecendo. Ao chegar à ponte, viu aquele caminhão sobre a mesma e procurou saber o que estava acontecendo. Tomando, portanto, conhecimento do caso, retornou em alta velocidade e foi dar ciência ao cacique.
De imediato, aquele cacique, bem boleado, pesando em torno de 120 kg, foi até aquela ponte de madeira, onde se encontrava o caminhão e pediu ao “bebum” que desobstruísse aquela ponte, a fim de liberar o transito, porém o “pinguço” estufou o peito e disse para aquele chefão que não iria tirar o caminhão de cima da ponte até porque o mesmo não era dono da ponte e nem daquela estrada. Após ouvir atentamente a resposta do cachaceiro, aquele índio chamou um outro que lhe acompanhava e calmamente disse-lhe: “Fogo Selvagem, vá chamar vinte guerreiros e diga-lhes que é para os mesmos queimarem o caminhão que está atrapalhando o tráfego e se o motorista achar ruim, que é também para eles o matarem”.
O bebum ouvindo isso, de imediato sarou de sua cachaça e abraçando aquele cacique, disse: chefe, já estou tirando o meu caminhão e aqui está R$ 500,00 (Quinhentos Reais) para pagar os prejuízos que lhe causei. Deu um beijo no cacique e vazou do local e nunca mais voltou por aquelas bandas. Toda e qualquer semelhança, é pura coincidência.