terça-feira, 30 de agosto de 2016

CASOS DE VERDADE Nº 182/16



Marival Furtado Vieira

Estava como sempre à procura de um caso pra contar e para isso, tive que rebolar em meus velhos pensamentos, voltando até a adolescência, onde consegui encontrar este, que se encontrava nas profundezas perdidas de minha mente. Então vamos ao que interessa...
Sempre por volta das 16h00,  ainda naquela cidadezinha, uma galera se reunia em um campinho de futebol para uma bela pelada, e para tanto, formavam times, os quais se enfrentavam uns contra os outros, composto por seis jogadores de cada lado e aqueles que ganhavam, iam ficando e disputando com os próximos times, até perderem e também saírem da competição, sendo o campeão aquele que ganhasse na final. Isso acontecia todos os dias da semana. Para a formação dos times, era escolhido a dedo, sendo relacionados os jogadores (?) pelos lideres, os quais geralmente eram os donos da bola ou do campo, e na escolha apontavam: Eu quero fulano  e o outro líder apontava e dizia: Eu quero sicrano e assim por diante. 

Nestes grupos de atletas, (?) ninguém chamava pelo nomes dos jogadores, apenas  pelo apelidos, como seja: Piriquitinho, Papagaio, Zebu, Cangati, Gaiato, Toicinho, Chibata, Macarrão, Casca, Pezão, Conserva, Fi-de-vó, Pé-de-bicho, Vanusa, Bezerra, Bick, Indio, Bedeco, Budeco, Bode, Bodó Baier, Buchudo,  Prego e Mãe Preta. Além destes jogadores, ou cá pra nós, bichos e outros sujeitos,  tinham os que dificilmente eram escalados, tais como: Cabeça-de-Lua, Esfria-lua, Cacheado, Macaco, Da Mata, Broeiro, Goiabinha e outros que me falha a memória.

Em uma final entre duas equipes, onde ali participavam doze atletas, todos com nomes de bichos, momento em que chega a beira do campo um rapaz de aproximadamente dezoito anos e morador de outro bairro, fica surpreso em ouvir os gritos dos atletas pedindo a bola, parecendo que ali se tratava de um zoológico e não um campo de futebol e comenta com o técnico conhecido por DOLÓ, um fuxiqueiro nato, e este  de imediato,  para a partida de futebol, chama os atletas em um canto e diz: “Estão vendo aquele cara ali? Ele disse que vocês não são jogadores, são apenas uns animais metidos a atletas e que vocês não deveriam estar em campo de futebol e sim em um zoológico”. 

Ouvindo aquilo, o grupo partiu em direção ao jovem rapaz, atacando-o com chutes e ponta-pés e colocando-o pra correr. Não sei se o cara corre até hoje, até porque, levou uma bela sova e nunca mais apareceu por lá. Obs: Alguns desses colegas e amigos já são falecidos,  e que elevamos nossos pensamentos, para que estejam em um bom lugar. 

Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança é mera coincidência.