sábado, 31 de janeiro de 2015

CASOS DE VERDADE Nº 163/15

Marival Furtado Vieira

Era um dia de semana de muito trabalho em um sítio distante daquela já famosa cidadezinha, uma vez que, o pessoal estava totalmente envolvido na colheita do café que por acaso, por aqui se produz grande quantidade do grão abençoado, como dizem aqueles produtores. 

Ao findar o término daquela colheita, seu proprietário combinou com os trabalhadores que iria vender o café na semana seguinte e só então, acertaria com cada um, suas diárias trabalhadas.

A cotação do café na semana em que o produtor deveria vender seu produto caiu muito e por isso mesmo, preferiu estocar sua produção, esperando pela alta daquele pretinho, como dizia ele.

Após duas semanas, sem alta e sem acerto com seus trabalhadores, quatro deles já muito chateados e aborrecidos, pediram ao proprietário daquele sítio que lhes pagassem suas diárias, dizendo eles e com razão, que suas diárias não tinham cotação diária e nem dependia desta. O produtor então se achando ofendido, começou a xingá-los e os expulsou de suas terras em tom de ameaças sob a mira de uma velha espingarda.

Após dois dias, como fazia sempre ao acordar, aquele produtor de café foi até seu galpão conferir seu estoque e pra sua surpresa encontrou um bilhete bem grande dizendo o seguinte: “Senhor Fulano, como nós temos família que também se alimenta como a sua, estamos apenas levando o que é nosso por direito e iremos vender na cotação do dia, uma vez que barriga vazia, não para em pé. Também se o senhor quiser ir nos denunciar na polícia, pode fazer, pois também nós iremos denunciá-lo por AMEAÇA e PORTE DE ARMA, e então iremos ver quem de nós estará com a razão. Um abraço e fique com Deus”. 

Depois disso, o agricultor refletiu e viu que eles tinham realmente razão e em seguida vendeu seu estoque com medo dos outros fazerem o mesmo. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança é mera coincidência.