Marival Furtado Vieira
Era um dia de semana de
muito trabalho em um sítio distante daquela já famosa cidadezinha, uma vez que, o pessoal estava totalmente
envolvido na colheita do café que
por acaso, por aqui se produz grande quantidade do grão abençoado, como dizem aqueles produtores.
Ao findar o término
daquela colheita, seu proprietário combinou com os trabalhadores que iria
vender o café na semana seguinte e só então, acertaria com cada um, suas diárias trabalhadas.
A cotação do café na semana em que o
produtor deveria vender seu produto caiu
muito e por isso mesmo, preferiu estocar
sua produção, esperando pela alta
daquele pretinho, como dizia ele.
Após duas semanas, sem alta e sem acerto com seus
trabalhadores, quatro deles já muito
chateados e aborrecidos, pediram ao proprietário daquele sítio que lhes
pagassem suas diárias, dizendo eles e com razão, que suas diárias não tinham cotação diária e nem dependia desta. O
produtor então se achando ofendido, começou a xingá-los e os expulsou
de suas terras em tom de ameaças sob a mira de uma velha
espingarda.
Após dois dias, como fazia sempre ao acordar, aquele produtor de café foi
até seu galpão conferir seu estoque e pra sua surpresa encontrou um bilhete
bem grande dizendo o seguinte: “Senhor
Fulano, como nós temos família que também se alimenta como a sua, estamos
apenas levando o que é nosso por direito e iremos vender na cotação do dia, uma
vez que barriga vazia, não para em pé. Também se o senhor quiser ir nos
denunciar na polícia, pode fazer, pois também nós iremos denunciá-lo por AMEAÇA
e PORTE DE ARMA, e então iremos ver quem de nós estará com a razão. Um abraço e
fique com Deus”.
Depois disso, o agricultor refletiu e viu que eles tinham
realmente razão e em seguida vendeu seu estoque com medo dos outros fazerem o
mesmo. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança é mera
coincidência.