Marival Furtado Vieira
Naquela cidadezinha, como já foi dito antes, a maioria de
seus moradores são oriundos do sul,
sudeste e centro-oeste de nosso país e, portanto, para cá trouxeram seus
conhecimentos agrícolas fincando raízes neste pedaço de chão e na mesma bagagem,
seus modos e principalmente, seus costumes, dos quais um dos mais
fortes é o fato de TOMAREM CHIMARRÃO regado a muita conversa, pois nestes
momentos se juntam em uma grande roda, fazendo tipo ROLETA RUSSA, onde
aquela cuia com sua bombinha é
passada de mão em mão, ou melhor, de boca em boca.
Apesar desta cidadezinha estar localizada na região norte, onde seus costumes são dos
migrantes, dificilmente alguns deles, conhece a farinha d’água, a farinha de tapioca, o cuscuz, o açaí, a pupunha, o
tucumã, o tacacá, o vatapá com camarão, a tapioca, pato no tucupi, pimenta murupi, enfim, a comida típica do bom nortista de Rondônia.
Um camarada nortista, morador daquele lugar, não
largou seus costumes, principalmente de tomar açaí com farinha d’água, produtos
este vindo importado da capital, pois por lá, não se encontra a dupla,
até porque não teria comércio para tal paixão dos poucos nortistas ali radicados.
Continuando, aquele nortista
e barrista por natureza, saboreava seu açaí em frente de sua residência,
momento em que chega um gaúcho e seu vizinho, famoso tomador de chimarrão e começa a gozar aquele nortista, dizendo
que aquilo era porcaria e a resposta
daquele caboclo veio a jato, dizendo:
PORCARIA É AQUILO QUE VOCÊS
CHAMAM DE CHIMARRÃO, POIS ALI TODO MUNDO COSPE E TODO MUNDO ENGOLE CUSPE, TEMPERADO
COM SALIVA E PELO JEITO É COISA DE MACHO, TCHÊ. TÔ FORA.
Este é mais um caso de verdade
e qualquer semelhança e mera coincidência.