Marival Furtado Vieira
Um casal ribeirinho vivia feliz com seus quatro filhos,
todos adolescentes, sobrevivendo exclusivamente da caça e pesca, bem
como, de uma pequena roça. Segundo o personagem, que me contou esta história,
ou sei lá, se é uma estória, pois este mesmo personagem é o filho mais
velho do casal e que na época, estava com quinze anos de idade.
Era época de vacas magras, como se diz em um
velho ditado, quando a pesca e caça não está fácil. Seu velho pai sai muito
cedo para caçar e tentar trazer pelo menos um animal para servir para à
alimentação daquele dia, pois já não tinha nada para o almoço da família e o
peixe também estava muito escasso. Por volta das dez horas, a família se alegra
ao ouvir um tiro vindo de dentro da mata, onde imaginavam que seu pai teria livrado
o almoço da galera e ficaram aguardando sua chegada, o que não aconteceu
até o meio dia.
Então sua mãe grita da janela “OLHA O BOTO BATENDO,
CORRE LÁ MENINO QUE Ė SINAL DE PEIXE" E ao chegar na margem do rio, o
personagem observou que o boto teria jogado na lama existente naquela beira do
rio, UM TAMBAQUI de aproximadamente um metro, momento em que
àquele adolescente lutou bravamente com o tambaqui, até conseguir
dominar o bruto, ficando os dois totalmente enlameados e abraçados,
parecendo dois enamorados. Já no final da tarde, seu pai retorna entristecido
por não ter conseguido alimento para a família, não sabendo ele, da festa
que fizeram com um belo assado de tambaqui.
Este é mais um caso de verdade e
qualquer semelhança é mera coincidência.