sábado, 28 de fevereiro de 2015

CASOS DE VERDADE Nº 164/15

Marival Furtado Vieira

Estando mais uma vez memorizando fatos verídicos, lembrei de mais um e bem antigo, que me parece um tanto engraçado, passado naquela bela e pequena cidadezinha...

Era um dia de muito trabalho na delegacia de polícia local, como digo sempre, pelo tamanho da cidade, as ocorrências em sua grande maioria, tratavam-se de fuxicos, ou seja, briguinhas de amigas, de vizinhas, de comadres, de casais, de pequenos furtos, e raramente acontecia um caso mais grave.

Por volta das duas horas, quando adentra naquela casa da lei, um senhor embriagado, aparentando cinquenta anos de idade, dizendo-se proprietário de uma pequena chácara, onde ali cultivava o feijão, o milho e principalmente o café, além de uma pequena criação de gado leiteiro, e que também produzia queijo, requeijão e manteiga, e que eram vendidos toda semana na pequena feirinha na cidade. Este senhor foi até aquela delegacia, a fim de denunciar uma mulher que teria ficado com ele bebendo, farreando e fazendo sabe-se lá o quê?  Até àquelas horas da madrugada, dizendo que teria negociado com aquela dama da noite, em pagá-la por sua companhia com queijos, requeijões e manteiga, que sobraram de suas vendas naquela feirinha. O que foi aceito pela beldade.

Ocorre que, segundo o denunciante, aquela felina estava em conluio com um noiado que também se encontrava no local dos fatos e que tal elemento, teria furtado de sua carroça toda a produção que restava de suas vendas, dizendo ainda que a mulher estava a lhe cobrar pelos serviços prestados de acompanhante. Nessas alturas da ocorrência, chega à dita “dama”, também com o teor alcóolico elevadíssimo e parecendo um armário, medindo dois por dois, e vestida como se fosse uma piriguete, para registrar uma ocorrência contra aquele cidadão que lhe estava denunciando e exigia seu pagamento de imediato, informando ainda, que não teria nada a ver com o furto dos queijos e muito menos de seus derivados .

O comissário de plantão já cansado e pronto pra puxar uma “palhinha” e também como não tinha solução para o caso, meteu os dois no corró (tipo de cela para presos corriqueiros) para esfriarem a cabeça até chegarem a um acordo. 

Ao amanhecer, aquele comissário foi até ao corró e encontrou os dois dormindo agarradinhos e roncando igual um porco velho e uma porca desfalecida, como se estivessem em um hotel cinco estrela. É mole?  Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança, e mera coincidência.