domingo, 28 de junho de 2009

CASOS DE VERDADE Nº 037/09


Marival Furtado Vieira

Estando a procura de mais um caso pelas veias imaginárias de minha mente, passado naquela cidadezinha de PIRA PIRA PIROU, aprofundei-me e encontrei este, que passo a narrar à partir de agora. Vejamos...

Como já expliquei em outra ocasião, na cidade de PIRA PIRA PIROU, sua economia é baseada na produção do café, feijão, milho, arroz e na pecuária. Os produtores são pequenos agricultores e/ou lavradores e pecuaristas, possuidores de sítios, chácaras e algumas fazendas. Também naquela cidadezinha, possui um comércio movimentadíssimo, principalmente na área de MERCADOS e FARMÁCIAS, tendo inclusive, de três a quatro mercados, bem como, farmácias concorrendo entre si em apenas um quarteirão de algumas ruas e avenidas mais centralizadas. E só vim entender o porque da quantidade de mercados e farmácias, após dois anos de convivência em PIRA PIRA PIROU.


Os agricultores e moradores da zona rural de PIRA PIRA PIROU, trabalhadores por natureza, fazendo seus horários quando na epoca de safra, das cinco da manhã às cinco da tarde, com descanso de quinze minutos, para a “BÓIA”, como é chamado por lá, o horário das refeições, que é levado até a roça por familiares, e servido tal bóia a partir das nove horas da manhã, onde o cardápio é recheado de carne de porco com toucinho e cozido na banha, acompanhado de muito feijão e bastante arroz, repetindo-se por volta das três da tarde e chamado de um pequeno lanche.

Continuando o meu entendimento quanto a grande quantidade de mercados e farmácias em PIRA PIRA PIROU, observei e somente entendi, após ver com estes olhos que a terra há de comer, que, um certo agricultor chegou em uma das farmácias ali existente, arregaçou a manga da camisa, à qual era manga comprida, e pediu ao dono da farmácia que aplicasse naquela veia, uma vitamina. Eu como nunca tinha visto tal situação, perguntei: Pra que serve esta vitamina? E o matuto apenas respondeu: Pra tirar todo o veneno que ingeri durante a plantação do feijão. Então novamente perguntei, por que você não vai ao hospital fazer uma consulta? pois o médico deverá pedir alguns exames. E aquele agricultor respondeu: Pra que? Se faço isso já há vinte anos. E pensei, é por isso que o pessoal de PIRA PIRA PIROU não dá trabalho pro governo, pois só vai ao hospital morrer. E quanto aos mercados, é que aqueles agricultores comem bastante, inclusive fazendo suas compras quase todas de fardos, no tocante a secos e molhados e caixas se falando em enlatados e material de limpeza. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança é mera coincidência.

domingo, 21 de junho de 2009

CASOS DE VERDADE Nº 036/09


Marival Furtado Vieira

Estando como sempre a procura de mais um caso guardado em minha memória, encontrei este, que como sempre passado na mesma cidadezinha de PIRAPIRAPIROU...Em uma certa família humilde, porém honrada, composta, de pai, mãe, filhos netos e sobrinhos, onde o chefe maior era o "pai avô", homem este rude, ignorante, grosseiro e muito bravo com sua família, entretanto, a criação, formação e educação dos demais, era de sua responsabilidade e por isso mesmo não admitia nada de errado por parte de seus filhos, netos e sobrinhos, inclusive tratando os filhos já casados ainda debaixo de “pau”.

Em uma ocasião, um dos sobrinhos, este não morador daquele local, porém frequentava a casa do tio com bastante frequência, chegou durante a noite, muito embriagado, pois o mesmo teria perdido o coletivo (ônibus circular) e pediu aos primos para dormir ali, só que, como todo bêbado é chato, valente e rico, este, porém, era engraçado, pois começou a contar piada para uma platéia de primos e netos, sendo motivo de muitas "risadas e gargalhadas".

O velho no conforto de seu quarto, ouvia aquelas gargalhadas, as quais começaram a perturbar o seu sossego e já não aguentando mais tantos risos, levantou-se de sua cama, pegou um cinto e foi até a sala, onde estava acontecendo aquela bagunça toda, já por volta de meia-noite e gritou: “O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI SEUS BANDOS DE SENVERGONHAS?”. Houve um silêncio total, e gente se olhando, todos com medo, pois já conheciam os costumes e modos que o velho operava. Em seguida, aquele senhor já na faixa de seus setenta anos, reconheceu o sobrinho embriagado, o qual era motivo de tanta graça e desceu o “cacete” e este, levantando-se ainda que tropeçando nos móveis, vazou do local e dizem as más línguas que nunca mais o mesmo apareceu na casa do tio. Qualquer semelhança é pura coincidência.

domingo, 14 de junho de 2009

CASOS DE VERDADE Nº 035/09


Marival Furtado Vieira

Em mais uma busca pelas células espalhadas pela minha massa cefálica, localizei em minha mente mais este caso, também passado na cidade de PIRAPIRAPIROU. Então vamos lá...

Um casal vivendo maritalmente já há dez anos, aos trancos e barrancos, como se diz no popular, a convivência em desarmonia, e desse relacionamento nasceram dois filhos, sendo um de 09 (nove) anos e o outro de 07 (sete) anos de idade. Porém como é costume em Pirapirapirou, geralmente a mulher vai ao baile divertir-se e deixa as crianças sozinhas, pois seu companheiro, este já está desde cedo no forró, dançando e bebendo e às vezes procurando sarna pra se coçar.
Em um fim de semana, após a labuta semanal, o marido vai até aquele forró, enche a cara de água que passarinho não bebe e já pela madrugada adentro, seu teor alcoólico começa elevar-se, chegando ao ponto daquele elemento, começar a bagunçar, tirando sua camisa e mostrando aquele couro de jacaré que é sua pele, exibindo-se e tentando imitar aqueles garotões de vinte anos, inclusive chegando a rebolar em cima de uma mesa daquele recinto. O camarada estava tão bêbado que chamava cachorro de cacho e urubu de meu louro.
Por volta das duas da manhã, sua amada esposa após deixar seus filhos dormindo, vai até aquele forró como sempre fazia, pois ambos sabiam da safadeza de cada um e chegando lá foi passando perto de seu marido e este pensando que era outra mulher, pois de tão embriagado que estava, não a reconheceu e chamou-a de gostosa e convidou-a para irem ao motel, então a madame zangou-se e começou a xingar seu marido e este sem entender o porque daquela mulher lhe esculhambar tanto e lhe disse ainda com aquela voz de bêbado e se cuspindo todo: Dona é o seguinte, eu tenho dinheiro para pagar o motel, e pagar você. Metendo a mão no bolso, perguntou ainda que cambaleando: Quanto é o seu programa? A esposa já não sabendo o que fazer com aquele marido, foi até a Delegacia da cidadezinha de Pirapirapirou denuncia-lo, dizendo que o mesmo estava lhe difamando na frente de todo mundo e queria justiça. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança, é mera coincidência.

domingo, 7 de junho de 2009

CASOS DE VERDADE Nº 034/09


Marival Furtado Vieira

Estando em constante evolução, minha memória ainda que já um pouco esquecida, porém não totalmente, vem à lembrança mais um caso, este, vou classificá-lo de engraçado, passado como sempre na cidade de PIRAPIRAPIROU...

Morava naquela cidadezinha, um senhor de noventa anos, aposentado pelo governo federal, que quando na ativa, exercia a função de enfermeiro, mesmo sem ser formado, porém pelo tempo de exercício em sua profissão, era considerado como um enfermeiro de mão cheia, como se diz em Pirapirapirou, a pessoa qualificada e respeitada profissionalmente. Segundo seus familiares, o velho apesar de sua idade, encontrava-se totalmente lúcido. Era uma pessoa incrédula, mal humorada e na maioria das vezes grosseira.

Certo dia, após achar-se sendo perturbado por um sorveteiro que passava diariamente na rua em frente a sua casa e após o almoço, gritando em um alto falante “ALÔ MAMÃE, ALÔ PAPAI, ALÔ VOVÓ, ALÔ VOVÔ, ALÔ TITIA, ALÔ TITIO, VENHAM TRAGAM SUAS VASILHAS E COMPREM SEUS SORVETES SABOROSOS”. E já cansado, se sentindo ofendido por aquela gritaria e também por um neto que todo dia lhe pedia dinheiro pra comprar tal sorvete, saiu até a janela de sua casa e chamou o sorveteiro, este pensando em vender mais seu produto para aquele ancião, foi até ele ao que ouviu do mesmo: “PORQUE VOCÊ ME PERSEGUE TODOS OS DIAS COM ESTA GRITARIA, OFERECENDO SEUS SORVETES? POIS VOCÊ NÃO TEM IDEIA DO QUE ESTE MEU NETO FAZ COMIGO”.
O sorveteiro, após ouvir o que aquele avô lhe dissera, responde ao mesmo que não estava chamando e nem oferecendo seu sorvete diretamente para o mesmo e nem para seu neto, apenas estava fazendo seu marketing e não direcionando suas vendas pra ninguém. Ao que teve a seguinte resposta: “COMO NÃO ESTÁ OFERECENDO SEU SORVETE PARA EU COMPRAR PRO MEU NETO? SE VOCÊ CHAMA ALÔ VOVÔ EXATAMENTE EM FRENTE A MINHA CASA”.
Em seguida, aquele ancião informou ao sorveteiro que iria a delegacia de policia de Pirarpirapirou registrar uma ocorrência de perturbação do sossego e este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança e pura coincidência.