Marival Furtado Vieira

Estava quase concluindo o plantão naquela pequena delegacia
de polícia, um plantão esticado de 24
horas, porém como sempre, sem grandes novidades a não ser, os já
tradicionais e costumeiros fuxicos entre
vizinhos, maridos e mulheres, amigas
biscateiras e alguns pés-inchados.
Momento em que adentra ao recinto, uma guarnição composta por
cinco PM’s, todos fortemente armados, conduzindo um biriteiro o qual pelas condições aparentes, se encontrava pra lá de Bagdá, não sabendo ao menos onde estava
naquele momento e nem mesmo sabia quem os conduzia, até porque, só balbuciava e repetia uma frase, a
qual após várias tentativas, o policial de plantão conseguiu decifrar, e que
através de sua dificultada didática dizia: “EU MATO, EU MATO, EU MATO,
QUEM RELAR A MÃO EM MIM.”
Após a PM entregar seu B.O,
bem como, o biriteiro ao policial de plantão, este ainda perguntou o que teria
acontecido de anormal com aquele cachaceiro,
onde o comandante da guarnição deu algumas informações extras, dizendo que o
elemento se encontrava em um bar já muito conhecido por lá, onde o C... de cana, andava de mesa em mesa sacaneando e perturbando os fregueses e onde passava,
levava tapa na cara, prova é, que seu
rosto estava bastante inchado de tanto apanhar.
Segundo ainda a
guarnição, o safado só não apanhou mais, porque outro cachaceiro, seu parceiro, ligou
para o 190 e mesmo assim, aquele pinguço ainda veio ameaçando os PM’S, dizendo que matava inclusive pulíça.
Bem, o resto, ele sonhou muito no corró,
durante a noite toda, regado a baldes de água. É mole?
Este é mais um caso de verdade, e qualquer semelhança é mera coincidência.
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