Marival Furtado Vieira

Um ladrãozinho marca borra bota, como são chamadas por aqui aquelas pessoas medrosas e que correm de tudo, saiu de sua casa e foi à procura de alguma coisa para furtar, pois o negócio estava feio para seu lado, até porque sua amada encontrava-se esperando um bebê por aqueles dias e até aquele momento, não tinha comida e principalmente o enxoval da criança não tinha sido comprado por falta de verba e que segundo aquele mesmo ladrãozinho, já teria ido várias vezes em busca de alimentação e também do material de seu baby, porém a coisa estava ficando preta, pois estava se tornando muito difícil furtar o comércio local, tendo em vista que o centro comercial, onde realmente poderia encontrar a possibilidade de conseguir alguma coisa, estava bem vigiado pelos papas-serenos e pelas guarnições de policiais PM’s que vivem fazendo ronda e como PIRA PIRA PIROU é uma cidade pequena, portanto, fácil de ser controlada pelas autoridades policiais.
Como o safado daquele ladrão borra bota, não estava conseguindo furtar nada, veio à ideia de chamar uma sua colega de noia e pilantragem, para juntos aplicarem um golpe no papa sereno de uma das lojas e combinaram tudo, momento em que sua colega chegou perto do guarda e começou a levar um papo com aquele trabalhador noturno, sendo um senhor de 65 anos e este entrou na conversa da vagabunda, enquanto o borra bota, a esperava escondido em um local ermo. A pilantra após se jogar pra cima do guarda lhe pediu emprestado o celular, pois segundo ela, precisava ligar urgentemente para sua mãe e sendo atendida, pegou o telefone e pediu licença ao mesmo para se distanciar, pois segundo ela, a conversa com sua genitora seria desagradável e fez menção que estava falando e se afastava cada vez mais, sumindo na escuridão.
Após perceber o golpe, aquele papa-sereno sai à procura da bandida e encontra com o ladrãozinho, que já estava de posse do celular, o qual tentou desviar a atenção daquele guarda, quando este, percebeu que teria visto de longe o vagabundo conversando com a pilantra, pegou um pedaço de madeira e colocou o borra bota pra correr e este já não mais aguentando a correria, jogou o celular fora. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança e mera coincidência.