domingo, 21 de março de 2010

CASOS DE VERDADE Nº 075/10


Marival Furtado Vieira

Como venho fazendo semanalmente à quase dois anos, mais uma vez investiguei minuciosamente minha memória a fim de lembrar-me de mais um caso ou fato engraçado, passado ao longo de minha vida e sendo localizado este. Parecendo mentira, porém, segundo um dos personagens, um caboclo amazonense, hoje já falecido, garantiu na época que realmente o caso aconteceu. E quem sou eu para dizer o contrário? Vejamos...

Lá pelos anos 40, no auge da segunda guerra mundial, ainda quando não existia a cidade de PIRA PIRA PIROU, o caboclo amazonense e sua esposa, ainda jovens, teriam subido o Alto Guaporé, juntamente com alguns cearenses, chamados de “arigós”, partindo de Guajará-Mirim, navegando quase trinta dias e enfrentando naquela época, grandes cachoeiras ao longo do Rio Guaporé, entrando pelo Rio Cautário, com a finalidade apenas de trabalharem como seringueiros e produzirem a borracha e ai enfrentando, desde os índios, as cobras, onças, gatos-maracajás, pernilongos (carapanãs), borrachudos e outros insetos de nossas matas tropicais, sem falar no seringalista, este, o pior de todos. Poucos desses trabalhadores tiveram a sorte de retornar a cidade de Guajará-Mirim e Porto Velho. E um desses felizardos, foi o caboclo amazonense, por sinal meu falecido pai, que apesar do sofrimento que passou na mata ao longo de dez anos em companhia de minha também falecida mãe e outra cabocla amazonense do baixo amazonas, viveu muito feliz e contente, onde levava sua vida assobiando e cantarolando e contando alguns casos. E rapaz! Empolguei-me, Já ia esquecendo o meu caso. Agora vamos lá mesmo...

Contou-me meu pai que, estava ele a cortar seringa em um dia qualquer da semana, quando lhe apareceu um gato-maracajá, rondando a seringueira e rosnando, onde o mesmo labutava e sangrava aquela árvore ganha-pão, e ao engatilhar sua espingarda para atirar no animal, momento em que seu irmão, hoje também já falecido, que trabalhava no corte da seringa e já se encontrava naquela localidade a mais de ano e naquele momento, estava cortando seringa, próximo ao meu pai, quando ouviu o gato rosnar e veio ao encontro de seu irmão, e gritando “não atira” e em seguida sacou seu cinto da cintura e enfrentando a fera, como se fosse um gato domestico, e colocando o bicho pra correr, onde este subiu em um pé de árvore com medo de seu irmão, o qual não se conformou e subiu até onde estava aquele animal raivoso e deu-lhe várias cintadas e colocando a fera para vazar do local. Se vocês quiserem acreditar pode, porém estou repassando um caso que não assisti, até porque naquela ocasião eu ainda não era nascido. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança é mera coincidência.

Nenhum comentário: