domingo, 7 de março de 2010

CASOS DE VERDADE Nº 073/10


Marival Furtado Vieira

Revirando meus miolos memoriais em busca de algum caso que pudesse repassar a vocês, encontrei este, obviamente passado na cidadezinha de PIRA PIRA PIROU...

Como já disse antes, esta cidadezinha é composta em sua grande maioria por trabalhadores rurais, inclusive, seus moradores hoje são considerados pioneiros, chegando por aqui no início dos anos 80, vindos de todos os recantos do país, atendendo ao chamado do governo do então Território de Rondônia, para desenvolverem este rincão, considerado como o novo eldorado. E para isso, estes imigrantes tiveram que enfrentar a malária, até então desconhecida para os novos habitantes de PIRA PIRA PIROU, cobras venenosas de todas as espécies, onças pintadas e maracajás e até alguns índios que ainda insistiam em sobreviverem naquelas terras ainda que desconhecidas para seus novos propietários, os quais começaram a desmatar sem dó e sem piedade, as áreas cedidas pelo governo e até aquelas proibidas, consideradas como áreas ecológicas, porém não sendo respeitadas e consequentemente formados grandes pastos. Mas, vamos ao que interessa:

Um desses denominados pioneiros, se hoje estivesse entre nós, estaria quase na faixa de oitenta anos de idade, e quando vivo, tentava mostrar que era um homem forte e, portanto, ainda que eventualmente montava seu cavalo e percorria suas terras, conferindo seu gado que ali se encontrava pastando e engordando, por sinal um gado bem tratado. Porém este mesmo pioneiro tinha um defeito, não matava nenhum animal para comer, pois achava bonito demais sua manada de chifrudos pastando no campo. Quando foi para glória, se é que foi, sua viúva não tinha ideia de como tocaria aquela fazenda e passado o luto e mais alguns dias, arrumou um companheiro e este mesmo, no dia do casamento mandou matar dez chifrudos e convidou a vizinhança para a festança de seu matrimônio. Passados quinze dias após o casamento, aquele novo marido fazia aniversário e mandou matar mais dez cabeças e mais festa para a vizinhança, afinal tudo era motivo de matança de chifrudos para churrascos e muita festa. A viúva vendo aquilo achou que não era correto, pois seu falecido nunca tinha matado nenhum boi para comer e aquele novo marido vivia fazendo isso e foi fazer a pergunta ao mesmo, dizendo: MARIDO, MEU FALECIDO NUNCA MATOU UM BOI PRA NÓS COMERMOS, AGORA VOCÊ VIVE MATANDO A TODO O MOMENTO, POR QUÊ? E aquele marido respondeu na bucha: AI DELE SE TIVESSE MATADO ALGUM BOI, POIS ELE ESTAVA CUIDANDO DOS CHIFRUDOS PRA MIM. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança e mera coincidência.

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