sexta-feira, 22 de abril de 2011

CASOS DE VERDADE Nº 110/11



Marival Furtado Vieira

Em passeio pela minha memória em busca de mais um caso perdido pelo tempo, localizei mais um, também passado em PIRA PIRA PIROU, senão vejamos...

Certo cidadão pirapirapirense, já acima dos setenta anos, viúvo e com seus filhos hoje, todos casados e donos de seus narizes, como se diz um dito popular. Este mesmo cidadão não querendo outra companheira para sua vida e por não querer dar trabalho a seus filhos, portanto, vem morando sozinho, residindo na mesma casa, onde ali viveu por muitos anos em companhia de sua falecida esposa e seus filhos, até aquela ser chamada para o outro lado da vida e os filhos procurarem seus caminhos.

Certo dia estava aquele senhor pitando seu fumo, quando chega a sua residência, um casal de irmãos e amigos do referido ancião, pedindo-lhe apoio no sentido do velho ajudar um irmão daquele casal de amigos, dizendo para o mesmo que seu irmão tinha um problema muito sério, ou seja, era viciado em álcool e teria virado alcoolatra e não queria se tratar, pois sua família estava tentando de todas as formas levá-lo a um centro de recuperação pra alcoolatra, porém este se recusava, dizendo sempre que não era viciado, que estava apenas passando por uma fase de sua vida e que bastasse ficar ao lado de alguém que não bebesse, ele teria certeza que jamais voltaria a melar o bico. Portanto, aquele casal de irmãos estava ali pedindo ajuda aquele senhor, até porque este não bebia e morava sozinho, o qual ouvia atentamente o relato resumido sobre o biriteiro. E decidiu que aceitaria seu irmão apenas por trinta dias, ficando combinado que após esta data, ou o mesmo se curasse ou não, os irmãos teriam obrigação de retirar o elemento de sua casa.

Dentro de meia hora após acertarem com o velho, trouxeram o irmão com todas suas traias e panos de bunda, para uma nova temporada ao lado daquele vovô.

Após dois dias de convivência, o referido elemento já estava mandando no velho, inclusive exigindo suas roupas lavadas, sua comida feita e servida e até atendê-lo, servindo também um “golezinho de pinga”, como este dizia que era apenas pra abrir o apetite. No terceiro dia, aquele pinguço saiu pra dar umas voltas e retornou por volta das quatro da madruga, cheio da manguaça e sacaneando com aquele ancião que estava lhe dando abrigo. Uma semana após, o velho não aguentando mais, foi até a casa dos irmãos do cachaceiro pedir para retirar o elemento de sua casa, quando este teve a seguinte resposta: “NOSSO ACERTO É PRA TRINTA DIAS, PORTANTO SE VIRE”. Não tendo como resolver o problema, aquele senhor vai até aquela Delegacia de Polícia pra ver o que poderia ser feito. Este é mais um caso de verdade e qualquer semelhança é mera coincidência.

Um comentário:

Santinho Neto disse...

Se a família não aguenta o trobolho, imagina se o velho aposentado iria aguentar.